
Trabalhos mentalmente desafiadores podem reduzir o risco de demência
outubro 24, 2022
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novembro 3, 2022- O que é doença de Alzheimer?
É a principal causa de demência, que é o declínio das habilidades mentais, como memória, linguagem e raciocínio que piora ao longo do tempo e pode interferir com as atividades do dia a dia.
As demências são degenerativas, são progressivas e irreversíveis. Infelizmente, não tem cura.
No caso do Alzheimer, sabemos que há proteínas que deveriam ser jogadas fora do cérebro, mas que acabam se acumulando e atrapalhando o funcionamento do cérebro.
- Existem outras causas de demência?
Sim, AVC pode ser uma causa por exemplo e algumas coisas que geram alterações no nosso corpo podem parecer uma demência como a depressão, déficit de vitamina B12, entre outras
- O Alzheimer é comum?
Sim, atinge 10% da população acima de 65 anos. É mais comum em mulheres
- É genética?

Existe alguns genes, que não são comuns, que podem aumentar o risco da doença.
Hoje em dia, sabemos que mesmo quem apresenta esses genes pode evitar ou postergar a doença adotando alguns hábitos que vamos falar mais para frente.
Sabemos que o que fazemos da nossa vida pode evitar o desenvolvimento da doença ou acelerá-la
- Como eu sei que posso estar desenvolvendo Alzheimer?
A doença é silenciosa inicialmente, as alterações cerebrais podem começar 20 anos antes dos sintomas, alguns deles podem ser
– Repetição da mesma pergunta várias vezes;
– Dificuldade para acompanhar conversações ou pensamentos complexos;
– Ou para elaborar estratégias para resolver problemas;
– Dificuldade para dirigir automóvel e encontrar caminhos conhecidos;
– Dificuldade para encontrar palavras que exprimam ideias ou sentimentos pessoais;
- Tem um exame que diagnostica?
O diagnóstico definitivo só pode ser dado após a morte, ao notarmos as proteínas anormais que tinha comentado: placas de beta amiloide e os emaranhados de proteína tau. Até existem exames para ver essas proteínas, mas tem gente que tem bastante e não tem sintomas. Não dá diagnóstico definitivo
O cérebro vai se degenerando e podemos ver isso em exames de imagem como tomografia ou ressonância do cérebro, mas novamente não há uma concordância exata. Portanto, precisamos analisar a probabilidade caso a caso e por vezes precisamos do apoio de outros profissionais como um neuropsicólogo que aplica múltiplos testes para avaliar as diferentes funções cerebrais.
- Por que os médicos pedem esses exames então?
Precisamos avaliar se há dano vascular como AVC ou mesmo um tumor cerebral nos exames de imagem. Podemos avaliar o hipocampo também, que é uma área nobre para. A memória e pode ser atingido na DA, porém ele não costuma estar alterado no início da doença, além disso, encontrar uma alteração não dá diagnóstico nenhum. É mais um dado.
O CEREBRO É UM ÓRGÃO, como tal precisa de suprimento sanguíneo adequado para sua alta demanda de energia (25% de toda energia do corpo ), oxigenação adequada. O sangue deve chegar equilibrado com elementos necessários para seu funcionamento e limpo de toxinas que o atrapalham. A maioria dos órgãos influenciam o cérebro, a rim mal funcionante afeta o cérebro, a tireoide, que é uma glândula pode afetar e muito o cérebro se seus hormônios estiverem desregulados.
DADO: Há 86 bilhões de neurônios no cérebro e 85 bilhões de células da glia e 1 quadrilhão de conexões
Após muitos artigos na literatura médica, pudemos observar que.o impacto na prevenção, mesmo para aqueles com genética desfavorável, é GIGANTESCO.
- Até que ponto a combinação de fatores de estilo de vida reduz o risco de doença de Alzheimer?
Num grande trabalho, o risco de demência incidente foi ~ 50% maior entre os participantes com alto risco genético em comparação com aqueles com baixo risco genético, mas se eles tivessem um estilo de vida desfavorável, essa chance aumentava para mais de três vezes mais.
NO ENTANTO
Ele foi reduzido para mais da metade entre os participantes com alto risco genético seguindo um estilo de vida favorável
• A adesão a um estilo de vida saudável pode compensar o risco genético. Olha o tamanho disso.
- (Dados: 157,369 UK Biobank participants of European ancestry aged 60 years or older
- Vou citar os fatores que mais influenciam e falamos um pouco mais sobre a solução para alguns deles:
Menos educação 1·6 (1·3–2·0)
Perda auditiva 1·9 (1·4–2·7)
TCE 1·8 (1·5–2·2)
Hipertensão 1·6 (1·2–2·2)
Álcool (>21 unidades/semana) 1·2 (1·1–1·3)
Obesidade (massa corporal – índice ≥30) 1·6 (1·3–1·9)
Alimentação
Sono HR 1.6 – com destaque para apneia do sono
Fumar 1·6 (1·2–2·2)
Depressão 1·9 (1·6–2·3)
Isolamento social 1·6 (1·3–1·9)
Inatividade física 1·4 (1·2–1·7)
Diabetes 1·5 (1·3–1·8)
Poluição do ar 1·1 (1·1–1·1)
- O que fazer então?
Além de tratar pressão alta, diabetes, outras doenças clínicas (ex. o colesterol alto na meia idade aumentou o risco em cerca de 3x em um trabalho ) e psiquiátricas… reduzir o consumo de álcool e não fumar. buscar melhorar os pilares de estilo de vida é a saída:
Sono – O sono limpa o cérebro de proteínas ruins e outros resíduos
As memórias são consolidadas durante as diferentes fases do sono
um recado importante para você que ronca é – você tem risco de ter apneia do sono e essa doença aumenta o risco e muitas outras. A apneia do sono pode aumentar o risco
de Alzheimer em 70%
A privação do sono pode fazer com que a micróglia (células especializadas de eliminação de resíduos do cérebro) destrua neurônios saudáveis e suas conexões
• O dano é cumulativo a longo prazo e pode explicar o encolhimento do cérebro encontrado em indivíduos que consistentemente não dormem o suficiente
Durmer, et ai. (2005). Seminários em Neurologia, 25 (1), 117-129.
- ALIMENTACÃO: A adesão estrita à dieta MIND (promove a dieta baseada em vegetais, limita a carne e os laticínios) resultou em uma redução de 53% no risco de Alzheimer.
• Mesmo a adesão moderada à dieta foi associada a uma redução de risco de 35%.
• Os participantes que apresentaram alta adesão à dieta tiveram
funcionamento cognitivo equivalente a uma pessoa que foi
sete anos e meio mais novo.
Níveis baixos de DHA (ácidos graxos ômega 3) têm sido associados a um estado cognitivo mais baixo
• Níveis baixos de vitamina B12 estão associados ao comprometimento cognitivo
Morris, et ai. (2015). Alzheimer e Demência, 11(9), 1007-1014.
- TEM ALGUM ESTUDO QUE COMBINOU OS FATORES DE ESTILO DE VIDA?
Sim, e ele usou parâmetros simples
1-Não fumar,
2- 150 minutos de atividade física moderada/vigorosa,
3- Consumo leve de álcool,
4- Dieta MIND de alta qualidade e
5- Envolvimento em atividade cognitiva
Os participantes que aderiram pouco a essas medidas, reduziram em 37% o seu risco
(HR combinado 0,63, IC 95% 0,47-0,84)
Já aqueles que aderiaram a 4 a 5 pilares de estilo de vida saudável tiveram risco 60% menor (HR combinado 0,40, IC 95% 0,28–0,56)
Healthy lifestyle and the risk of Alzheimer dementia Findings from 2 longitudinal studies Klodian Dhana, MD, PhD, Denis A. Evans, MD, Kumar B. Rajan, PhD, David A. Bennett, MD, and Martha C. Morris, ScD Neurology® 2020
- COMO É ESSA DIETA?
Dieta ideal para o cérebro
• Enfatiza alimentos integrais, dieta baseada em vegetais (tentar um mínimo de 5 porções por dia )
• Elimina carnes, aves e laticínios
• Especifica o consumo de frutas vermelhas, vegetais de folhas verdes e feijão
- QUE ATIVIDADE FÍSICA DEVEMOS FAZER?
A que você consegue manter, mas a recomendação mínima mais de 150 minutos de atividade física moderada por semana.
Estudo Longitudinal de Framingham
• Caminhadas rápidas diárias resultaram em um risco 40% menor de desenvolver Alzheimer mais tarde na vida.
s efeitos de um programa de treinamento de resistência (2-3 vezes por semana durante 6 meses) em um grupo de idosos com CCL foram medidos
• Quase 47 por cento dos participantes alcançaram pontuações cognitivas normais após a intervenção e que esses resultados foram mantidos por um período de dezoito meses
• Maior força nas pernas foi extremamente eficaz para melhorar o desempenho cognitivo
Mavros, et ai. (2016). Jornal da Sociedade Americana de Geriatria, 65(3), 550–559.
- MANEJO DE ESTRESSE
O cérebro responde ao estresse por meio de respostas endócrinas, autonômicas e imunológicas
• Altos níveis de hormônios do estresse danificam o hipocampo e o córtex pré-frontal
• Demonstrou-se que o estresse encolhe o cérebro
Indivíduos idosos com níveis aumentados de cortisol tiveram, em média, uma redução de 14% no volume do hipocampo e memória dependente do hipocampo prejudicada.
McLaughlin, et ai. (2007). Brain Research, 1161, 56-64.
- Existe alguma técnica para melhorar estresse?
Muitas… desde pausas no trabalho, contato com a natureza, alongamento, caminhadas, atividade física, técnicas de respiração.
Em um estudo realizado na UCLA, a meditação aumentou o volume do hipocampo em uma amostra de idosos.
Kurth, et ai. (2015). Pesquisa em Psiquiatria: Neuroimagem, 232(3), 214-218.
- Relações – relações saudáveis são essenciais, somos animais sociais e estar em comunidade não nos protege só de desenvolvermos DA…
Solidão aumenta marcadores inflamatórios
O isolamento social é um fator de risco para demência independente da solidão e da presença de depressão. Diferenças estruturais cerebrais relacionadas ao isolamento social, juntamente com diferentes funções moleculares, também apoiam as associações de isolamento social com cognição e demência. aumentado de demência.
Buscar grupos de interesse compartilhados com você pode ser um bom início para ter relações saudáveis.
- É VERDADE QUE VER SENTIDO NA VIDA PROTEGE CONTRA DEMÊNCIA?
TER UM PROPÓSITO
O propósito na vida refere-se à tendência de derivar significado das experiências da vida e possuir um senso de intencionalidade e direcionamento para objetivos que orientam o comportamento.
Níveis mais altos de propósito na vida reduzem os efeitos deletérios das alterações patológicas da DA na cognição em idade avançada.
Arch Gen Psychiatry 2012 may 69 (5): 499-505




